sexta-feira, 17 de abril de 2009

Boston Legal /Justiça Sem Limites



Demorei muito tempo para me interessar por essa série! Vi algumas vezes propaganda nas madrugadas da Globo, mas sempre pensei que fosse uma série sobre um bando de advogados velhacos, que só pensavam em sexo e mostravam toda a habilidade que um advogado deve ter para ganhar qualquer caso.


Percebi há algumas semanas que estava completamente enganada, Boston Legal (Justiça sem Limites) é talvez uma das séries mais inteligentes que já vi em toda minha vida. ( E olha que eu já acompanhei várias séries!!!)


Realmente, o sexo apimenta todas as tramas, mas é um sexo mais discursado do que vivido. É uma lasciva que move os personagens centrais: Denny Crane e Alan Shore.


Apesar de serem estes dois os personagens chefes da trama, todas as atuações são brilhantes. Há espaço para todos, como exemplo de Jerry Espenson, talvez o advogado mais honesto e humano de toda a série, porém tem uma doença chamada Síndrome de Asparger (costuma “colar” as mãos nas coxas, enquanto fala, fuma um cigarro de madeira enquanto age como malandro, fica dando voltas em torno de si mesmo enquanto faz suas divagações, dentre diversos gritinhos e outras coisas) que lhe garantes um certo ar bizarro, mas ao final de suas explanações, somos tomados por um misto de piedade e também orgulho de seu coração.


Mas decididamente , é com Denny Crane e Alan Shore que série ganha vida!


A Firma de Advocacia “Crane, Poole & Schmidt”, trabalha com uma espécie de “pré-casos”, não sei juridicamente como definir isso, mas a especialidade deles é convencer os juízes que alguns casos devem ser levados à julgamento públicos.


Os casos são sempre peculiares: Adolescentes com AIDS que querem processar a escola por ter tido um estudo moralista, cidades que querem tornar-se independentes dos EUA, outras por sua vez que desejam processar o exército por falta de ajudas em catástrofes etc...


A cada episódio, somos brindados com discursos fantásticos entre os personagens, que mostram opiniões diversas entre os divergentes setores sociais dos EUA. Vemos com freqüência Alan Shore questionar a falta de democracia em seu país, e a forma como ele não o reconhece mais.
É uma discussão bastante politizada e bastante visceral, recheada do chamado “humor negro”, onde discursos brilhantes nos obrigam a pensar em questões que muitas vezes deixamos de lado.


É uma série, que nos permite olhar de outra forma os Estados Unidos, sabendo que mesmo sendo essa máquina catastrófica para o mundo, há um discurso de mudança em circulação, o qual ainda não é o suficiente para que esta transformação ocorra.


A série é abertamente Democrata, ou seja, a possibilidade mínima de esquerda que há naquele país. Shore defende abertamente Obama, enquanto que Crane é Republicano, e apesar de brilhante sempre apela para o fato de querer fazer sexo com Hillary Clinton.


Nunca fui uma entusiasta de Obama, mas confesso que de tudo que ouvi sobre ele Shore, é o que melhor argumentou! Pois para ele é a necessidade de mudança, nem que seja pelo menos de mudanças de famílias no país. Até porque cá entre nós, aquela Casa Branca andava parecendo nossa república do Café com Leite., embora lá seria Republica do Bush com Clinton !


Além de toda essa discussão, há ainda diversos outros bons motivos para se assistir a tal série, dentre eles a tocante amizade entre esses dois principais personagens, regada a whisky e charuto na sacada de seus escritórios. Crane descobriu que tem Alzheimer, que ele prefere chamar de o ‘mal da vaca louca’ . E conta com Shore como único apoio para sua vida. Porém, esse mal ainda não o faz esquecer as apostas totalmente antiéticas que fazem a cada caso.


Para finalizar, deixo alguns trechos dos diálogos desses personagens:

"Embora eu pareça ser um Deus para vocês e outros, existe um mortal no interior desta lasca Divina" Denny Crane

“Alan: Denny, como você acha que Deus se parece?Denny: comigo.”

"Quando Deus tira seu talento, Ele ao menos devia ter a decência de tirar a lembrança de que você um dia o teve". Denny Crane sobre sua doença

“O sol brilha pelo meu traseiro.” Denny Crane

terça-feira, 14 de abril de 2009

Pareço Dom Quixote com seus moinhos de vento!! Mas meus moinhos são pilhas e pilhas de papéis. E eles são de várias naturezas.
Realmente ser professora não é fácil. E trabalhar 40 horas semanais tem sido uma aventura sem precedentes da história dessa humana...
Porque professor que recebe por 40 horas, costuma trabalhar minimamente 70! Sim, essa é a regra, sob a qual eu ainda não imagino como possa ser a exceção
Entre Ensino Fundamental e Superior são 19 turmas, e nem lhes conto de quantos alunos , pois é capaz de eu começar a chorar!
Se você, raro amigo leitor, estiver pensando: “Ela só vai reclamar?????”, eu lhe digo “Sim!”... Mas é um reclamar, sem reclamar muito, porque eu realmente gosto da minha profissão, mas no momento só quero reclamar mesmo... Deixo pra outrora falar das coisas interessantes!
Estou presa a uma infinidade de papéis, que parecem que procriam nos meus armários, na cama, sobre a mesa, etc... Final de semana com feriado é todo tomado por correções de trabalhos, correções de provas, relatórios de notas, relatórios de freqüências, listagem de conteúdos dados, diários, relatórios disciplinares, caderno de registro, caderno de conteúdos...
Assim, tem seguido a minha vida... Eu implorando por mais horas nos meus dias, com a mão grossa de tanto usar giz. Esquecida por um par de amigos.
Podia escrever mais, contudo o cansaço é grande e o dia e longo!!!!!!! Mas eu não ireis esmorecer, um dia eu ainda vejo a luz no fim da pilha!!!!