terça-feira, 3 de agosto de 2010


“Esta é você. De olhos fechados, na chuva. Você nunca pensou que fosse fazer algo assim. Você nunca se viu como, não sei como descreveria, como uma dessas pessoas que gostam de olhar para a lua ou que passam horas contemplando as ondas ou o pôr-do-sol. Eu acho que você deve saber de que tipo de pessoa estou falando. Talvez não saiba. Seja como for, você gosta de ficar assim: lutando contra o frio e sentindo a água penetrando por sua camisa e tocando sua pele. E da sensação do chão ficando fofo debaixo dos seus pés. E do cheiro! E do som da chuva batendo nas folhas. De todas as coisas que estão nos livros que você não leu.Essa é você. Quem teria imaginado? Você.



(Filme – Minha Vida Sem Mim).

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sem explicações....


Aos poucos, percebi que minhas contradições se tornaram obvias demais. É como se todos já houvessem descobertos as entrelinhas mas sutis de minha existência. O que não é nada difícil, uma vez que tais entrelinhas, por serem só minhas, aparecem pintadas de cores fortes e exageradas.
Não foi difícil me decifrar, e eu pereci de fome por não ter mais o que devorar.
As Bandeiras levantadas, que outrora foram tão sedutoras, já estavam desgastadas e fora de moda. Não chocavam, não causavam e nem pediam mais reflexão. Estavam comodamente estacionadas no mesmo lugar.
E o estranho, tornou-se lugar comum.
E foi aos poucos, sem que eu mesmo percebe-se como aconteceu, o mundo em minha volta tomou-se de novas cores, de novas texturas, de novos brilhos, gerando uma nova série de significantes para as minhas complexidades já desvendadas.
Não era preciso,me transformar em outra.
Porque tudo aquilo que precisava, já estava aqui. Foram somados, multiplicados, os achados e os ganhados.
Descobri que a cor sempre colore, mesmo quando não se exagera nos tons.
E o complexo que ficou óbvio, ganhou roupagem nova.
E eu, ganhei a chance de me re-inventar... com as cores que eu mesma criei!